segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Muito pouco.

20 de janeiro de 2008. Fechei a terceira e última mala, conferi todos os casacos, prometi pra mim mesma que seria o melhor ano da minha vida, entrei no portão de embarque, embarquei. Cheguei, vi neve, gripei, minha pele ressecou, almocei pão com peido peito de peru, e me senti completa quando pisei na Times Square pela primeira vez. Amei Greenwich e os Cartine, como se fossem a minha própria família. Fui nas Cataratas do Niágara e me senti mais perto de Deus do que nunca. Virei maior de idade (lá), tomei um porre homérico numa festinha com brasileiros ilegais. A saudade apertou e eu corri pro colo do Poderoso Chefão e da Mamãe Stress. Mas voltei, com mais gás do que nunca. Peguei um americano, um suíço, um italiano, e um estudante de biologia que morava no Harlem. Fiz cursos, viajei mais, vi amigas indo embora, enquanto aconselhava as que estavam chegando. Meus olhos brilharam no jantar de Thanksgiving, e chorei ao agradecer por tudo que acontecia na minha vida. O ano acabou, e eu sentia que poderia parar a minha vida ali, naquele reveillón. Bebi, xinguei, congelei, de jeito nenhum eu iria usar meia com meu vestido LINDO. Peguei um alemão, um escocês, e virei a 'little miss red dress' de um cara de Long Island. E cansei, caí na rotina. Voei de novo, pro outro lado do país. Invejei as amigas, tirando fotos na praia em Janeiro. Conheci amigas de internet, e revi outras. Bebi mais. E tentei me adaptar, eu juro. Peguei um irlandês, um cartunista (ainda no posto do mais gato da história), e um estudante de medicina de Yale, que usava cinto branco. Fui pro Hawaii, e passei 7 dias bebendo sem parar. Aliás, parei, no hospital. Peguei um marinheiro e me apaixonei por 5 dias - Ai, Justin... - mas voltei pros braços do estudante-de-medicina-que-usava-cinto-branco. No aeroporto de Salt Lake City, decidi que eu voltaria pra casa o mais rápido possível. Não tão rápido que não desse pra uma paradinha - ou duas - em Vegas. E bebi mais, viu. Dancei no palco do Coyote Ugly, puxei o cara mais gato da turma que tava comigo e peguei, ao som de Lollipop (http://www.youtube.com/watch?v=bIRIJn9IVOw). E, de novo, voltei pros braços do Med Guy. Vi The Killers, Katy Perry, No Doubt. E um monte de gente me viu cantando nos karaokês de West Hollywood.

07 de agosto de 2009. Precisei de ajuda pra fechar a última mala, a sétima. Me despedi da Alice, da Rapha, da Dai, e dos Kramer. Fui jantar com o Med Guy, que tirou folga do estágio. Mandei mensagem pra todo mundo, penei pra achar um car service que topasse levar as minhas sete malas. Desembolsei 300 dólares de bagagem extra. E entrei no avião, sabendo que eu nunca mais seria a mesma.

O título diz tudo. Esse post foi um resumo grosseiro das minhas lembranças mais doces.


No one else can feel it for me.



Nenhum comentário:

Postar um comentário